A Mulher de Branco - CONTO
- Isah
- 21 de mai. de 2016
- 2 min de leitura

Ninguém sabia direito quem ela era. Toda terça-feira ela aparecia usando a mesma peça de roupa: um vestido branco que se arrastava pelo chão. Aquilo já tinha se tornado comum para os moradores, mas o hábito da mulher ainda os deixava amedrontados. Alguns diziam que ela apenas queria chamar a atenção, mas ninguém se atrevia a perguntar. Sempre que algum turista via a mulher, os moradores diziam a mesma coisa: Ela aparecia toda terça-feira, sozinha, e caminhava pela cidade com seu vestido branco. Logo, o boato de que ela tinha sido abandonada por seu noivo se espalhou. Acreditavam que terça seria o dia de seu casamento.
Mas a teoria mais próxima da verdadeira história era a de uma mulher idosa, que conhecia a mulher de branco. Sempre que um turista aparecia perguntando sobre a moça, a idosa respondia sempre a mesma coisa:
- Ah, meu filho, ela se perdeu. Está procurando a si mesma há quase três anos. É uma tarefa muito árdua.
Mas ninguém acreditava na idosa. Todos preferiam acreditar que a mulher de branco tinha sido abandonada no dia de seu casamento. Toda terça-feira os moradores iam até a praça principal para ver se a mulher de branco ainda estava lá. Ninguém nunca chegou a descobrir a história real, pois a moça de branco desaparecera antes que alguém pudesse falar com ela. Até hoje a história é contada por causa de um fato assustador: a mulher idosa fora encontrada dois dias depois, estrangulada. E a única coisa que se sabia era o que a mulher de branco havia escrito: O tipo de pessoa mais perigosa é aquela que se atreve a falar a verdade.
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